Hoje acabei lendo um texto no facebook por acaso, que questionava "por que os milionários brasileiros não doam suas fortunas às universidades?". A resposta pra mim veio em dois toques, que é porque sempre tem aquele cara militante de esquerda pra gritar que "doação de grandes empresas é privatização da universidade". Mas o meu texto não é sobre isso.
O caso é que no meio desse texto começaram a falar nuns tais de "endowment funds". Eu, que nunca tinha ouvido falar nisso, fui atrás. E de fato eu nunca tinha imaginado que alguém já tinha aplicado a minha própria filosofia de dinheiro à projetos sociais.
A minha ideia de finanças é simples: independência financeira é quando o cara tem grana suficientemente grande de forma que o rendimento dessa grana pague as suas contas e ainda assim consiga ganho acima da inflação.
No meu caso, que tenho um estilo de vida econômico e vivo tranquilamente com 2mil no mês, se eu tivesse 5 milhões na poupança, por exemplo, poderia ficar mais que tranquilo e sem precisar trabalhar, já que 5 milhões na poupança rendem 25mil no mês, e tirando os meus custos de 2mil, os outros 23mil retornariam pra aplicação e serviriam pra correção monetária. Claro que eu investiria isso melhor, até porque no longo prazo esses 5mi sofreriam defasagem de valor real, já que a poupança atualmente não corrige a inflação direito.
Mas o fato importante é que eu não sabia que usavam essa lógica pra projetos filantrópicos ou sociais. E pior que todas as universidades dos EUA tem um endowment fund. Harvard mesmo, tem 36BILHÕES!
Daí fui atrás pra ver o que tinha no Brasil nesse sentido. Descobri que, pra variar, a gente não tem quase nada e o governo não incentiva. Em algumas reportagens se vê que no eixo Rio/SP algumas instituições estavam instituindo algum fundo, mas acho que deve levar muito tempo ainda até que essa prática se espalhe pro resto do país. E o que fiquei pensando é que, se um dia eu desenvolver algum projeto de caridade, como pretendo, dava pra usar desse tipo de método.
Enfim, só pra constar que esse é um método interessante.
Paztejamos
domingo, 7 de junho de 2015
Perspectivas
O nome desse post se refere a uma antiga série de posts no antigo proibidaentrada.blogspot.com, que eu pretendo retomar agora, de maneira um pouco mais realista. O que eu chamava de 'perspectivas' na época eram coisas que eu acharia o máximo que fossem realizadas, coisas de caráter social, e que eu tinha a ingênua impressão de que seria fácil e possível fazer, que praticamente 'aconteceria sozinho' dadas as condições adequadas.
[deixo aqui o link pra elas. Os comentários são relevantes também. http://proibidaentrada.blogspot.com.br/search/label/Perspectivas]
O que aconteceu no meio do caminho, isso aos meus 20 anos, foi que eu me dei conta que era um cara que não tinha condições de sustentar nem a mim mesmo, nem pra pagar o meu vale transporte, quanto mais pra fazer qualquer tipo de obra social que eu pudesse imaginar. Pior ainda, me sentia culpado toda vez que tomava alguma iniciativa pra fazer algum trabalho desse gênero, já que sabia que ia fazer a obra sustentado pela mãe, e me sentia como se estivesse "fazendo uma gentileza com o chapéu dos outros". Eu era um cara cheio de perspectiva para os outros e vazio de perspectivas pra mim.
Dado que o sentimento de frustração era infinito, tive que dar um pause em qualquer vislumbre de idealismo e estruturar minha vida. Eu tinha que "virar homem", dar um jeito de pagar minhas contas, tocar a vida, "sair de baixo da barra da saia da mãe", essas coisas. E foi o que eu fiz. Agora que voltei a blogar, e voltei a colocar mais de mim na internet pra posteridade (não como no facebook, em que as coisas se perdem na linha do tempo), resolvi que era hora de rever aquelas antigas ideias, aproveitar o que é possível e de repente no futuro dar início a alguma coisa, não sei exatamente o que. Eu ainda vivo numa matriz absurda de ideias de futuro divergentes entre si, super otimista e tal. a diferença agora é que agora eu tenho perspectivas pra mim, então eu posso pensar em começar eventualmente a "fazer gentilezas com meu próprio chapéu".
Enfim. Esse é o post "raiz" onde vão ficar listados os outros posts. Vai ficar ali junto com os outros "agregados" de conteúdo.
Paztejamos
[deixo aqui o link pra elas. Os comentários são relevantes também. http://proibidaentrada.blogspot.com.br/search/label/Perspectivas]
O que aconteceu no meio do caminho, isso aos meus 20 anos, foi que eu me dei conta que era um cara que não tinha condições de sustentar nem a mim mesmo, nem pra pagar o meu vale transporte, quanto mais pra fazer qualquer tipo de obra social que eu pudesse imaginar. Pior ainda, me sentia culpado toda vez que tomava alguma iniciativa pra fazer algum trabalho desse gênero, já que sabia que ia fazer a obra sustentado pela mãe, e me sentia como se estivesse "fazendo uma gentileza com o chapéu dos outros". Eu era um cara cheio de perspectiva para os outros e vazio de perspectivas pra mim.
Dado que o sentimento de frustração era infinito, tive que dar um pause em qualquer vislumbre de idealismo e estruturar minha vida. Eu tinha que "virar homem", dar um jeito de pagar minhas contas, tocar a vida, "sair de baixo da barra da saia da mãe", essas coisas. E foi o que eu fiz. Agora que voltei a blogar, e voltei a colocar mais de mim na internet pra posteridade (não como no facebook, em que as coisas se perdem na linha do tempo), resolvi que era hora de rever aquelas antigas ideias, aproveitar o que é possível e de repente no futuro dar início a alguma coisa, não sei exatamente o que. Eu ainda vivo numa matriz absurda de ideias de futuro divergentes entre si, super otimista e tal. a diferença agora é que agora eu tenho perspectivas pra mim, então eu posso pensar em começar eventualmente a "fazer gentilezas com meu próprio chapéu".
Enfim. Esse é o post "raiz" onde vão ficar listados os outros posts. Vai ficar ali junto com os outros "agregados" de conteúdo.
Paztejamos
quinta-feira, 4 de junho de 2015
Alienação Fiduciária
Alienação Fiduciária é um nome feio pra uma coisa extremamente
conhecida. Todo mundo sabe como acontecem os financiamentos de
automóveis: faz-se o contrato, paga-se as prestações e espera-se até que
seja contemplado. Enquanto estou pagando as prestações e não fui
contemplado, eu não tenho nem a propriedade nem a posse do veículo.
Depois de contemplado eu passo a ter a posse, mas só vou ter
efetivamente a propriedade quando terminar de pagar as prestações do
financiamento.
E onde entra a alienação fiduciária nessa história? Todos sabemos que, se deixarmos de pagar as prestações, a concessionária pode solicitar que o carro seja tirado da gente. Pois bem, o carro então é garantia de que vamos pagar tudo, e está no regime de Alienação Fiduciária.
Em termos práticos, sempre que eu não tenho a propriedade de algo dado em garantia, é porque é Alienação Fiduciária. Até porque é isso que diz o nome: Alienar significa se desfazer, tirar pra fora, não ter mais a ver com aquilo. Fiduciário deriva de Fidelis, que quer dizer "fidelidade", "de confiança". Portanto, na alienação fiduciária, eu dou meu bem em garantia para o credor do negócio até pagar tudo que devo, e tomo de volta assim que pagar tudo.
Importante que até pouco tempo atrás, se, por exemplo, a pessoa passasse adiante o carro que tinha dado em garantia - coisa bem comum de se ver em anuncios de jornal - ela era considerada um "infiel depositário" e ia presa. Hoje em dia ela até é considerada "infiel depositário", mas não vai mais presa. A única prisão civíl - que não tem julgamento, vai preso até resolver o problema - atualmente é por pensão alimentícia. Essa é uma possível questão pega ratão nas provas.
Paztejamos
E onde entra a alienação fiduciária nessa história? Todos sabemos que, se deixarmos de pagar as prestações, a concessionária pode solicitar que o carro seja tirado da gente. Pois bem, o carro então é garantia de que vamos pagar tudo, e está no regime de Alienação Fiduciária.
Em termos práticos, sempre que eu não tenho a propriedade de algo dado em garantia, é porque é Alienação Fiduciária. Até porque é isso que diz o nome: Alienar significa se desfazer, tirar pra fora, não ter mais a ver com aquilo. Fiduciário deriva de Fidelis, que quer dizer "fidelidade", "de confiança". Portanto, na alienação fiduciária, eu dou meu bem em garantia para o credor do negócio até pagar tudo que devo, e tomo de volta assim que pagar tudo.
Importante que até pouco tempo atrás, se, por exemplo, a pessoa passasse adiante o carro que tinha dado em garantia - coisa bem comum de se ver em anuncios de jornal - ela era considerada um "infiel depositário" e ia presa. Hoje em dia ela até é considerada "infiel depositário", mas não vai mais presa. A única prisão civíl - que não tem julgamento, vai preso até resolver o problema - atualmente é por pensão alimentícia. Essa é uma possível questão pega ratão nas provas.
Paztejamos
Penhor
Eu não conheci ninguém até hoje que tenha dado algo em Penhor. Mas já vi filmes de pessoas empenhando ou penhorando seus bens para pagar alguma coisa mais cara.
Nos filmes em que isso aparece, em geral, são pessoas ricas que ficam pobres e vão até o banco dar suas jóias em penhor para tirar algum dinheiro. Por exemplo, se a jóia vale R$1000, a pessoa pega R$900 e deixa a jóia no banco. Se ela não trazer o dinheiro de volta no prazo estipulado (por exemplo 1 mês), a jóia é leiloada pra recuperar o dinheiro.
Claro que nesse tipo de filme o objetivo é fazer uma "venda", conseguir o dinheiro em troca da jóia. Mas na teoria, o objetivo do Penhor é pegar a coisa dada em garantia de volta assim que arrumar o dinheiro.
No Brasil o Penhor comum é feito exclusivamente pela Caixa Econômica Federal - CEF, ou seja, a Caixa tem o monopólio do Penhor.
Em situações de penhor rural, mercantil, industrial ou de veículos, o devedor pode ficar com a coisa empenhada. Por exemplo, se eu der em garantia 20 cabeças de gado, eu não vou levar as 20 cabeças lá na Caixa pra eles guardarem enquanto eu fico com o dinheiro.
Um detalhe importante: se o credor perder ou estragar a coisa penhorada, o credor tem que pagar indenização para o devedor.
Paztejamos
Nos filmes em que isso aparece, em geral, são pessoas ricas que ficam pobres e vão até o banco dar suas jóias em penhor para tirar algum dinheiro. Por exemplo, se a jóia vale R$1000, a pessoa pega R$900 e deixa a jóia no banco. Se ela não trazer o dinheiro de volta no prazo estipulado (por exemplo 1 mês), a jóia é leiloada pra recuperar o dinheiro.
Claro que nesse tipo de filme o objetivo é fazer uma "venda", conseguir o dinheiro em troca da jóia. Mas na teoria, o objetivo do Penhor é pegar a coisa dada em garantia de volta assim que arrumar o dinheiro.
No Brasil o Penhor comum é feito exclusivamente pela Caixa Econômica Federal - CEF, ou seja, a Caixa tem o monopólio do Penhor.
Em situações de penhor rural, mercantil, industrial ou de veículos, o devedor pode ficar com a coisa empenhada. Por exemplo, se eu der em garantia 20 cabeças de gado, eu não vou levar as 20 cabeças lá na Caixa pra eles guardarem enquanto eu fico com o dinheiro.
Um detalhe importante: se o credor perder ou estragar a coisa penhorada, o credor tem que pagar indenização para o devedor.
Paztejamos
Hipoteca
Hipoteca é um tipo de Garantia Real em que um bem imóvel é dado em garantia. Além dos bens imóveis, podem ser dados em hipoteca Navios, Aviões, Estradas de Ferro, Minas e Pedreiras
(apesar de estradas de ferro, minas e pedreiras serem imóveis, é bom
citar porque parece algo inusitado). A Hipoteca tem que ser registrada
no Cartório de Registro de Imóveis onde o imóvel está registrado.
Na hipoteca o devedor continua com a propriedade do bem dado em garantia. Já a posse pode variar: o dono de um imóvel dado em hipoteca pode, por exemplo, vender seu imóvel. Porém, o comprador deve estar ciente que, caso a dívida não seja paga, o imóvel será leiloado. Caso o comprador não esteja ciente, pode entrar na justiça (e vai ganhar na certa).
Paztejamos
Na hipoteca o devedor continua com a propriedade do bem dado em garantia. Já a posse pode variar: o dono de um imóvel dado em hipoteca pode, por exemplo, vender seu imóvel. Porém, o comprador deve estar ciente que, caso a dívida não seja paga, o imóvel será leiloado. Caso o comprador não esteja ciente, pode entrar na justiça (e vai ganhar na certa).
Paztejamos
Garantias Reais
Garantias Reais são aquelas que envolvem uma coisa física. É como se
eu dissesse "fechamos negócio e se eu não pagar pode ficar com meu
carro", por exemplo.
Essas garantias são muito conhecidas pelos seus nome, mas ninguém sabe direito como funciona e inclusive existem mitos sobre o funcionamento delas.
São divididas em 3 tipos:
Mas o que é Posse e Propriedade?? Posse é ter o bem em mãos, pra poder desfrutar dele na hora, mesmo que não seja efetivamente teu. Já Propriedade é ser o dono legal do bem, mesmo que não possa desfrutar dele no momento (no caso de estar alugado, por exemplo).
Para resolver isso, é util usarmos da seguinte tabela:
Propriedade | Posse
Sim | Sim -------- Hipoteca ou Penhor
Sim | Não -------- Hipoteca ou Penhor
Não | Sim -------- Alienação Fiduciária
Não | Não -------- Alienação Fiduciária
Outro ponto importante é o seguinte: um bem dado em garantia nunca é tomado pelo credor. O credor solicita que a justiça tome-o e leve-o a leilão para pagar a dívida. Se a dívida é de R$30.000, por exemplo, e o bem foi leiloado a R$45.000, os R$15.000 que sobraram são do devedor.
Paztejamos
Essas garantias são muito conhecidas pelos seus nome, mas ninguém sabe direito como funciona e inclusive existem mitos sobre o funcionamento delas.
São divididas em 3 tipos:
- Hipoteca (bens imóveis - há exceções);
- Penhor (bens móveis);
- Alienação Fiduciária.
Mas o que é Posse e Propriedade?? Posse é ter o bem em mãos, pra poder desfrutar dele na hora, mesmo que não seja efetivamente teu. Já Propriedade é ser o dono legal do bem, mesmo que não possa desfrutar dele no momento (no caso de estar alugado, por exemplo).
Para resolver isso, é util usarmos da seguinte tabela:
Propriedade | Posse
Sim | Sim -------- Hipoteca ou Penhor
Sim | Não -------- Hipoteca ou Penhor
Não | Sim -------- Alienação Fiduciária
Não | Não -------- Alienação Fiduciária
Outro ponto importante é o seguinte: um bem dado em garantia nunca é tomado pelo credor. O credor solicita que a justiça tome-o e leve-o a leilão para pagar a dívida. Se a dívida é de R$30.000, por exemplo, e o bem foi leiloado a R$45.000, os R$15.000 que sobraram são do devedor.
Paztejamos
terça-feira, 2 de junho de 2015
"enquanto vocês tão indo eu já to voltando..."
Pra mim essa frase representa o blablá sobre a propaganda do boticário. Ninguém ligaria pra uma propaganda de perfume 10 ou, sei lá, 20 anos atrás. E ninguém ligava pra letra do Lulu Santos dizendo "Consideramos justa toda forma de amor".
Só que a coisa foi se recrudescendo, e foram criando uma história de 'movimento', de 'luta', de 'opressão', de 'direitos-sociais', e junto com isso e no mesmo fluxo, e como se estivessem se defendendo, foi se formando essa coisa de 'anti-movimento', 'anti-luta', 'anti-opressão', e os nervos se afloraram, e de repente eram os homofóbicos, fundamentalistas, vilões, contra os gays e trans, LGBT, os heróis, e agora qualquer peidinho que alguém dá todo mundo grita e esperneia e protesta e faz e acontece.
E no meio de tudo isso tem mercado, e consumidores, e gente 'na moda', dizendo coisas que todo mundo quer ouvir, e se promovendo nisso, e ganhando 'espaços' e mídias, porque é bonito - "eu quero estar do lado dos heróis". E é claro que o Boticário, que é uma empresa, e quer dar lucro, e quer ter boa reputação, e quer vender perfume, não vai remar contra a maré, muito pelo contrário! eles vão é cutucar os ânimos, porque eles sabem que isso dá ibope e publicidade - "Falem mal, mas falem de mim!".
E os crentes, ah, os crentes - eu falo com conhecimento de causa, porque sou um deles - pelamor! "massa de manobra" é um termo bem adequado. Aliás, não só nós, mas também os outros. Eu mesmo aqui escrevendo esse texto. As pessoas se comportam de maneira muito previsível, são maleáveis, não sabem engolir o choro, e é muito fácil atingir meia dúzia de ativistas aqui e ali e fazer soar seus megafones da internet. Mais efetivo teria sido não mencionar, não comentar, não polemizar. Só silenciar.
E no fim até parece que alguém sai ganhando, como se algum direito fosse conquistado ou protegido, ou alguma lei fosse aprovada ou alguma revolução efetivada. Aqui, só tem um que sai ganhando: o boticário. Porque enquanto nós estamos indo, eles já estão voltando.
Paztejamos
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